O essencial é, podemos dizer, um absoluto. O absoluto da vida, o absoluto da morte. Contra ele ergue-se, constantemente, a relatividade do superficial. Esta distinção, tão enraizada no nosso modo de existência, precisa de ser pensada.
Talvez a primeira forma de o fazer consista em lançar uma dúvida sobre a absolutidade do essencial.
Retirar-se do mundo para viver o essencial. É o gesto do ermita, do anacoreta. É o gesto, tantas vezes repetido no repúdio do que se afigura como superficial, como irrelevante. Repudiámo-lo em nome de um valor mais elevado. E, todavia, qual o critério que usamos para estabelecer essa distinção? Na verdade, não existe tal critério. Apenas uma norma do senso comum, puramente ideológica, ou então, uma sensação. Se a primeira deve ser desprezada, à segunda temos que conceder toda a nossa atenção. Se o fizermos, percebemos que uma sensação só pode ser local. O local, o locus, é o único critério de essencialidade. Ínfimo, mas resposta incontornável às nossas interrogações informuladas.
Uma palavra. Um gesto. Um silêncio. Um movimento. Eis coisas possivelmente essenciais. A decisão de uma vida. Um juízo. Eis coisas possivelmente superficiais.
Talvez a primeira forma de o fazer consista em lançar uma dúvida sobre a absolutidade do essencial.
Retirar-se do mundo para viver o essencial. É o gesto do ermita, do anacoreta. É o gesto, tantas vezes repetido no repúdio do que se afigura como superficial, como irrelevante. Repudiámo-lo em nome de um valor mais elevado. E, todavia, qual o critério que usamos para estabelecer essa distinção? Na verdade, não existe tal critério. Apenas uma norma do senso comum, puramente ideológica, ou então, uma sensação. Se a primeira deve ser desprezada, à segunda temos que conceder toda a nossa atenção. Se o fizermos, percebemos que uma sensação só pode ser local. O local, o locus, é o único critério de essencialidade. Ínfimo, mas resposta incontornável às nossas interrogações informuladas.
Uma palavra. Um gesto. Um silêncio. Um movimento. Eis coisas possivelmente essenciais. A decisão de uma vida. Um juízo. Eis coisas possivelmente superficiais.
1 comment:
Uma palavra. Um gesto . Um silêncio. Um movimento” são coisas ligadas à vivência pura que é o "tocar" o essencial lá onde localmente se manifesta. De onde, então, aquela "sensação" que se expressa em alemão por uma derivação de tocar/ser tocado (Berührung). “Em contrapartida coisas como “A decisão de uma vida. Um juízo” são coisas superficiais, o que se manifesta na "ordem explicada" de toda uma complexidade de teias de que os fios de que são feitas decorrem das próprias narrativas que as constroem.Coisas não essenciais, portanto, coisas ilusórias
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